O design de interiores pode contribuir para a criação de espaços com função social, cultural e comunitária. O projeto de interiores desenvolvido na Rua do Almada, no Porto, é um exemplo de como o design vai para além da estética e permite construir um ambiente partilhado, funcional e com identidade.
Espaço artístico, comunitário e adaptável
Um casal aventureiro – ele, psicólogo e pintor americano; ela, designer holandesa – decidiu transformar um conjunto de apartamentos num refúgio soalheiro e artístico, com o objetivo de criar uma pequena comunidade urbana e solidária.
O ponto de partida era claro: cada apartamento deveria ser flexível, adaptável, capaz de evoluir naturalmente com os seus habitantes. O processo foi profundamente colaborativo entre os clientes e a designer do Interior Guider, Mariana Morgado. O diálogo constante, permitiu explorar soluções criativas e funcionais para cada detalhe.
Materiais duráveis e estética intemporal
Os clientes tinham uma ideia muito precisa do que pretendiam: a utilização de madeira maciça e a incorporação de peças de mobiliário e objetos artísticos pessoais que refletissem as suas experiências de vida. Estes elementos foram conjugados para criar ambientes de forte identidade, mas que permitem ao novo hóspede vestir os espaços à sua imagem. Neste projeto, o desafio foi equipar os espaços com as peças essenciais, como roupeiros, cozinhas, móveis de wc, entre outros.
Peças de mobiliário desenhadas à medida
Neste projeto de interiores, grande parte das soluções foi concebida de raiz. Cada apartamento apresentou desafios distintos, que foram resolvidos com peças de mobiliário fixo e integrado:
- Nos estúdios, foram desenhados cozinhas e roupeiros compactos para ocultar cilindros, integrar iluminação e até uma mesa de refeições, para ocupar o mínimo de espaço possível.
- Noutro apartamento, a cozinha incluiu um espaço oculto para máquinas de costura e materiais de trabalho. A ilha com rodízios laranja industriais armazena rolos de tecido e ferramentas de design de moda.
- Quadros elétricos foram dissimulados em pequenas estantes embutidas, que recebem livros, mas mantêm o acesso funcional.
Estas soluções asseguraram espaços práticos, esteticamente cuidados e prontos para responder ao quotidiano dos futuros habitantes.
Comunidade dentro do condomínio
Mais do que projetar apartamentos, este trabalho de design de interiores ajudou a materializar um propósito: criar um sentido de comunidade. O espaço é pensado não apenas como habitação, mas como um lugar de partilha, cooperação e vizinhança solidária, onde a arte e a vida quotidiana se encontram.
Continuidade e impacto
O resultado final alcançado através do método psicoestético – que visa o desenvolvimento pessoal promovido pelos espaços – reflete o perfil cosmopolita dos clientes.
Estes destacam a funcionalidade das soluções, o design intemporal e o processo de cocriação como fatores relevantes na criação deste refúgio urbano.
Projeto de interiores: síntese entre estética e vida
Este projeto demonstra como o design de interiores pode articular função, identidade e propósito. Através de mobiliário à medida, de materiais nobres e de um olhar atento ao quotidiano, foi possível transformar um conjunto de apartamentos num espaço artístico, funcional e acolhedor. Saiba mais sobre o método psicoestético desenvolvido pelo Interior Guider.
Credits
Créditos Designer de interiores: Mariana Morgado – Interior Guider
Cliente e cocriadora: Marianne Koimans
Photo: Pedro Mendes
Área: Uma loja/atelier e seis apartamentos